Mas na terça, com investidores atentos à divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e aos dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos, o Ibovespa engrenou. Para o mercado, o Banco Central agora pode fazer uma pausa na alta dos juros. Os mais pessimistas acreditam que ela vem depois de mais uma pequena alta na reunião de 18 de junho.
Mesmo assim, a crença geral é de que o ciclo de alta está próximo do fim. Por isso, há uma corrida por ações de empresas que podem se beneficiar: varejistas, companhias endividadas e as que precisam de financiamento para crescer, além das exportadoras de produtos básicos (commodities).
Daí vieram os recordes de pontuação do Ibovespa, mas eles são nominais. O pico do índice em dólares foi registrado em 19 de maio de 2008, quando o Ibovespa atingiu 44.616 pontos. O recorde atual, convertido para a moeda americana, seria de aproximadamente 25 mil pontos. A Bolsa está há quase quatro anos sem uma nova empresa fazer abertura de capital para negociar suas ações no mercado brasileiro. Pelo contrário, algumas companhias se retiraram da Bolsa: das 463 listadas em dezembro de 2021, agora são 421, com a saída de 42.
No câmbio, o dólar terminou a semana cotado a R$ 5,669 (comercial venda). “Com o alívio das tensões comerciais e dos receios de recessão americana, abre-se espaço para a velha tônica no Brasil, o problema fiscal”, diz Marcio Riauba, diretor da mesa de operações do banco de câmbio StoneX.
Internacionalmente, entretanto, o dólar mantém a tendência de queda. Operadores de câmbio avaliam a possibilidade de os EUA estarem em busca de uma desvalorização do dólar para reindustrializar o país.
Como deve ser a semana que vem?
Com a redução das incertezas que a guerra tarifária, o mercado de ações de todo o mundo deve se beneficiar. Até mesmo emergentes, como o Brasil. “O Brasil tem sido escolhido pelos investidores estrangeiros meio que por eliminação de outros mercados”, diz Matheus Amaral, especialista em renda variável do Banco Inter. Enquanto o México tem sido muito pressionado pelos EUA e suas tarifas, a Argentina sofre uma queda no ano de aproximadamente 10%. “No ano passado, as ações argentinas ficaram caras, com o efeito Milei”, diz o especialista, citando os cortes de gastos do presidente Javier Milei. “Agora está havendo um ajuste.” A Índia, outro emergente que compete com o Brasil, perde após ter lançado uma operação militar contra o Paquistão recentemente.