Os preços internacionais devem cair mais?
Sim, segundo o Goldman Sachs. “Em um cenário de desaceleração econômica global ou de reversão completa dos cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia (BPD) da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, denominados em conjunto Opep+, os preços do petróleo Brent provavelmente cairiam para a faixa de US$ 40 em 2026 e, potencialmente, para abaixo de US$ 40 em um cenário combinado extremo”, afirmou o banco.
A Opep+ vinha segurando a produção até agora para forçar os preços para cima. Mas no começo do mês de abril, a organização tomou uma decisão inesperada, anunciando um aumento de 411 mil barris de petróleo por dia a partir de maio. Se isso acontecer, os preços devem despencar mais ainda. “Com a colocação das tarifas e a maior rapidez na recomposição da oferta por parte da Opep, vimos os preços acelerando o momento negativo”, diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
Mas esta semana, entretanto, a organização cortou em 10% a previsão de crescimento da demanda por petróleo em 2025. A entidade reduziu de 1,45 milhão de barris por dia para 1,3 milhão. “A economia global mostrou uma tendência de crescimento constante no início do ano, mas a dinâmica recente do comércio introduziu maior incerteza para a perspectiva de crescimento econômico global de curto prazo”, disse a Opep no relatório.
Qual o reflexo disso na Bolsa?
O preço de mercado das empresas petroleiras vem caindo. A Brava (BRAV3), que resultou da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta, tem a maior queda no ano, com baixa de 26,74%. PetroReconcavo desvalorizou 16,72%. As ações da Petrobras já cairam 13,75%, no caso de PETR3 e 12,32% para PETR4. Por fim, PetroRio (PRIO3) teve baixa de 15,77%. Os números são da Economatica e levam em conta o intervalo de 2 de janeiro a 14 de abril.