Perto do mesmo horário, o dólar comercial subia 0,24%, vendido a R$ 5,668. O turismo avançava 0,28%, vendido a R$ 5,885. Desde o último dia 7, a cotação comercial perdeu 12 centavos, ou 1,43%, e o turismo perdeu 13 centavos, ou 1,6%.
Os analistas esperam que esses movimentos de desvalorização do dólar se mantenham, com a aposta de que a taxa Selic continuará no atual patamar por algum tempo. Em 7 de maio, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) elevou a taxa básica de juros da economia, que estava em 14,25% ao ano, em 0,5 ponto percentual. O objetivo é controlar a inflação. Embora o BC tenha deixado em aberto as suas próximas ações, a sensação dos investidores era de que no máximo haveria mais uma elevação de 0,25 ponto percentual antes de a autoridade monetária encerrar o ciclo atual de aumentos. Ontem, o presidente do banco, Gabriel Galípolo, referendou essa percepção ao dizer que faz sentido manter os juros mais altos por mais tempo.
Com os juros altos, grandes investidores internacionais migram seus recursos para aplicações de renda fixa no Brasil. Ao entrar no mercado nacional, são obrigados a trocar os dólares pelo real, o que faz a moeda americana se desvalorizar.
Juros altos são negativos para as Bolsas de Valores em geral, que ficam menos atrativas em relação à renda fixa. Mas a sinalização de Galípolo de que não haverá novos aumentos da Selic dá um alívio aos investidores de renda variável, que podem refazer sua estratégia com mais previsibilidade.
Estrangeiros têm investido bastante na Bolsa brasileira este ano. Um levantamento do banco americano JP Morgan divulgado hoje mostra que o fluxo de capital estrangeiro na B3 é atípico, com R$ 20,8 bilhões ingressando desde 17 de abril — o melhor desempenho no acumulado do ano desde 2023.
Nas duas semanas seguintes ao Dia da Libertação, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou as tarifas de importação, cerca de R$ 10 bilhões saíram do Brasil. “Mas esses valores foram rapidamente revertidos até o final do mês, com a entrada de mais R$ 10 bilhões em maio”, diz o estudo do JP Morgan. No acumulado do ano, a entrada de estrangeiros na Bolsa é de R$ 15 bilhões, excluindo a venda de ações da Vale (VALE3) pela Cosan (CSAN3). Esta é a melhor marca para o período desde 2023.