Francisco comparou as notícias falsas modernas às “táticas da serpente” no Gênesis, primeiro livro da Bíblia, no qual esse animal simboliza a tentação e o pecado. “Não existe desinformação inofensiva. Mesmo uma distorção aparentemente leve da verdade pode ter efeitos perigosos.”
Em 2016, Francisco tornou-se protagonista involuntário de uma das mentiras mais divulgadas da eleição presidencial americana, quando viralizou que ele havia apoiado Trump. O BuzzFeed News informou, na ocasião, que essa informação havia gerado mais engajamento no Facebook do que qualquer outra notícia eleitoral nos três meses anteriores à votação.
– ‘Manipular mentes’ –
Internautas mal-intencionados aproveitam o burburinho em torno de eventos importantes para ganhar engajamento nas redes sociais. “Quando alguém morre, por mais mórbido que isso pareça, as pessoas correm para o foco das atenções”, explicou à AFP o especialista em alfabetização digital Mike Caulfield, autor de um livro sobre verificação de fatos.
“Para alguns, é uma oportunidade para promover diferentes temas, e conectam o evento ou a figura a uma causa política ou teoria da conspiração. Para outros, trata-se apenas de ganhar dinheiro, brincar ou chamar a atenção”, disse Caulfield.
Após a morte de Francisco, também surgiram diversas imagens criadas por inteligência artificial (IA), incluindo uma que motra o papa envolto em uma bandeira do arco-íris, que simboliza o orgulho LGBT. A isso se somaram mentiras espalhadas em vários idiomas, uma das quais apresentava o corpo do papa em um caixão aberto.