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Juntando-se os diálogos inéditos recolhidos no celular de Mauro Cid com mensagens conhecidas chega-se a um quadro tétrico. O tenente-coronel parece insinuar que as finanças de Michelle Bolsonaro são de vidro.
Num dos áudios divulgados agora, a voz de Cid soou assim: “Se dona Michelle tentar entrar pra política, num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja… não suja, mas ela né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra pra acabar com ela.”
Noutros áudios que vieram à luz há dois anos, Cid compartilhou suas inquietações com duas antigas auxiliares de Michele na época em que ela era primeira-dama. A certa altura, comparou as transações financeiras da então primeira-dama à rachadinha de Flávio Bolsonaro. “É a mesma coisa do Flávio.”
Michelle fazia compras com um cartão de crédito da amiga Rosimary Cardoso Cordeiro, que trabalhava como assessora parlamentar do Senado. Cid pagava as faturas em dinheiro vivo, sacado em uma agência do Banco do Brasil dentro do Planalto. Madame disse na época que a verba vinha da conta do marido. Não exibiu os extratos.
Nesse tipo de assunto, não convém discutir com Mauro Cid. Ele é um especialista. A serviço de Bolsonaro, o tenente-coronel foi muito além do que seria recomendável para um coturno indicado pelo Exército para o posto de ajudante de ordens.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.