A Virada Cultural deste domingo (25) marcou o retorno da cantora Jaloo, 37, aos palcos da Aparelhagem Crocodilo após um raro hiato do evento. Em entrevista à Folha, a artista confirmou uma performance especial com direito a faixas inéditas e reafirmou o compromisso com a valorização da cultura nortista no cenário musical nacional.
“Eu tenho uma tradição com a Virada. Só no ano passado, talvez, eu não tenha me apresentado. Mas, acontece que a gente tá retornando e fazendo algo diferente”, afirmou Jaloo, que se apresentou no Aparelhagem Crocodilo e assumiu a apresentação como uma forma de “reparação cultural”.
O protagonismo da região Norte foi defendido por ela com entusiasmo, ao citar exemplos da presença amazônica na música contemporânea: “A nossa farinha d’água, a nossa própria música, tem carimbó na música de muita gente.”
Durante a conversa, a cantora mencionou a influência de artistas independentes do Pará e ressaltou o espaço que ainda precisa ser conquistado. “A gente ainda tá engatinhando, acho que tem muitos talentos que precisam ser mostrados. A gente até fala: não venha forte, eu sou do norte!”, disse.
Além da apresentação marcada por um repertório afetivo, Jaloo revelou ansiedade típica de quem vive o palco como urgência. “Eu fico ansiosa para estar no palco, assim, uma necessidade mesmo. Acho que é isso que me move como artista até hoje.”
Mesmo com a agenda apertada, Jaloo manifestou entusiasmo por assistir ao show de Liniker, além de lamentar o cancelamento da performance de Marina Lima, que era um dos seus maiores interesses na Virada.
A cantora afirmou que pretende deixar o evento pouco depois das apresentações para retornar ao estúdio. “Daqui a pouco já volto pra casa, porque eu tô trabalhando como louca, desde os últimos tempos, pra sair coisa nova.”
“Conheci a Jaloo há alguns anos, na época do feat com a Duda Beat. Ela ainda não tinha passado pela transição de gênero, e desde então acompanho o trabalho dela. Hoje, a Virada Cultural está sensacional! É a maior inclusão entre várias culturas do nosso país”, comentou Vinicius, 24, fã da cantora.
Com produção autoral e discurso afiado, Jaloo foi recebida na Virada Cultural como uma das vozes mais coerentes com a pluralidade que o evento busca representar.
