É o primeiro registro do vírus na avicultura brasileira. Antes, a gripe aviária já havia sido detectada em animais silvestres ou em produções domésticas. A circulação do vírus ocorre desde 2006, principalmente na Ásia, na África e no norte da Europa, diz o ministério.
Zoológico fecha as portas após mortes de animais. O zoológico de Sapucaia do Sul, também na região metropolitana de Porto Alegre, fechou por tempo indeterminado após a morte de 90 aves, entre cisnes e patos por conta da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1).
2 – Prejuízo bilionário
Crise pode provocar impacto mensal de até US$ 300 milhões. É o equivalente a R$ 1,7 bilhão todos os meses. O levantamento foi feito pelo BTG Pactual e leva em conta as exportações de carnes de aves do país enquanto durarem embargos aos embarques do produto.
“A situação atual é negativa para as empresas brasileiras de aves. Como apontamos, após os fortes resultados da BRF e da Seara, da JBS, nossas expectativas de que 2025 poderia começar a sinalizar os primeiros sinais de normalização das margens do setor avícola foram frustradas. As margens do frango, principalmente das empresas brasileiras, permaneceram surpreendentemente fortes após a combinação de um real mais fraco e, principalmente, uma demanda externa impressionante. As exportações brasileiras de aves, suínos e bovinos estão próximas de seus máximos históricos”, diz o relatório do BTG.
3 – Toneladas de ovos foram descartadas
Ovos de granja foco da doença chegaram a três estados. São eles: Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. O produto será destruído, conforme o Mapa (Ministério da Agricultura). A ação é uma forma de “mitigar qualquer risco” de proliferação do vírus, mesmo que não haja comprovação de que o produto esteja contaminado com a gripe aviária, diz o Mapa.
Minas Gerais descartou 450 toneladas de ovos férteis do RS. A decisão de destruição dos ovos foi tomada devido ao rastreio dos produtos não usados para consumo. O governo local afirma que os produtos seriam utilizados somente para a produção de aves. “A necessidade de novos descartes de produtos em Minas Gerais ainda pode ocorrer nos próximos dias”, prevê.
4 – 4 investigações em curso
Ministério tem quatro investigações em andamento de casos suspeitos de gripe aviária. O dado consta na última atualização da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura, às 8h30 de hoje. Uma é uma granja de pintinhos de cinco dias em Ipumirim (SC). Outras três suspeitas são investigadas em aves de subsistência em Estância Velha (RS), em Salitre (CE) e em Eldorado do Carajás (PA).
Quatro outros casos suspeitos de infecção foram descartados: Nova Brasilândia (MT), Gracho Cardoso (SE) e Triunfo (RS), de criações de subsistência, e em um abatedouro de aves em Aguiarnópolis (TO).
5 – Plano deve conter a doença em 28 dias, diz ministério
Foco de gripe aviária deve acabar em meados de junho. O ministério estima 28 dias para concluir todas as medidas do plano de contenção da gripe, iniciado no dia 15 de maio. Os 28 dias também correspondem ao ciclo do vírus causador da gripe, o H5N1. Só depois desse período, e sem o registro de novos casos, o país voltará a exportar frango.
6 – Dezenas de países suspendem exportações
Vendas foram suspensas por 53 países. Dos 165 países para quem o Brasil exporta carne de frango, 17 territórios interromperam a compra em todo o território. Sete países comunicaram recentemente – México, Uruguai, Chile, Coreia do Sul, Canadá, Malásia e Argentina, enquanto nove países e a União Europeia (com 27 nações) fizeram a suspensão de forma automática, por causa de uma cláusula contratual com o Brasil que interrompe imediatamente o fornecimento de carne de qualquer região em caso de crise sanitária.
7 – Queda nos preços de frango deve ser pontual
Carne de frango não deve ficar mais barata, apesar de queda nas exportações. O principal motivo é o volume que deixará de ser exportado. “Não vai ficar tão grande a restrição. É possível que depois dos 28 dias [até o fim do foco, a venda] volte gradativamente à normalidade”, disse ontem o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
O preço dos ovos também não deve mudar. “O grande comprador [do ovo brasileiro] são os EUA, que anunciaram que não vai fechar [seu mercado]”, disse o ministro.
8 – RS instala barreiras
Rio Grande do Sul cria barreiras sanitárias para desinfecção. A montagem de sete zonas de bloqueio começou no dia 19 de maio, por iniciativa do DDA/Seapi (Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação).
Barreiras foram instaladas em localizações estratégicas do RS. O governo estadual destaca que dois pontos de interdição na BR-386, mais uma ao norte na RS-124, outra na TF-10 no sentido Triunfo, e outras três em estradas vicinais, sendo uma delas rota de desvio.
Ação vai inspecionar todos os veículos que transportam animais. Também entram na lista de monitoramento os caminhões que transportam ração e fazem coleta de leite.
A medida considera que os transportes circulam em diversas propriedades rurais. Automóveis de passeio também são desinfectados no raio de 3 km da cidade de Montenegro.
Trabalhamos com dois raios, um de três quilômetros, onde vão ter duas barreiras de desinfecção e uma de bloqueio; e outro de dez quilômetros, onde serão montadas mais quatro barreiras de desinfecção. Francisco Lopes, diretor-adjunto do DDA/Seapi
9 – Não há riscos para os humanos
Gripe aviária não é transmitida a partir do consumo de frango. O risco de contágio é apenas relacionado ao contato com as aves. “O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas”, afirma o Ministério da Agricultura.
O cancelamento das exportações acontece por precaução e protocolo. O Brasil é o maior exportador de frango do mundo, mas há um acordo entre os países que diz que as compras serão “suspensas imediatamente” em caso de gripe aviária.
O risco é de que seja transportada a carcaça que esteja contaminada com o vírus e contamine os plantéis comerciais daquele país. Não é o consumo humano que está com risco.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, em entrevista à Globonews na sexta-feira (16)
(*) Com informações de Agência Estado