Nesse tipo de fundo, que é mais seguro, o retorno médio em dividendos está hoje em 10,9% ao ano.
Com essa taxa de rentabilidade, para receber R$ 5.000 por mês, é necessário investir R$ 552 mil.
No entanto, alguns fundos estão com retorno bem acima da média. É o caso, por exemplo, do BTAL11, um fundo do banco BTG do setor de logística, com um retorno de 14,1%. Com isso, se o fundo continuar distribuindo dividendos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, seria necessário investir R$ 425 mil para obter uma renda mensal de R$ 5.000.
Na outra ponta, o FII de tijolo com menor retorno entre os 20 que analisei para esta coluna é, no momento, o HGLG11, com 8,47% ao ano. Nesse papel, se mantida a rentabilidade atual, seria preciso aplicar R$ 708 mil para obter os R$ 5.000 por mês.
Fundos de papel
Nos fundos imobiliários chamados “de papel”, que não possuem imóveis físicos e sim contratos de recebíveis imobiliários, a taxa de retorno em dividendos costuma ser maior, pois o risco também é mais elevado.
Atualmente, o retorno médio em dividendos dos fundos de papel está em 13,9% ao ano. Nesse patamar, é preciso aplicar R$ 432 mil para se obter uma renda de R$ 5.000 por mês.
Apenas para você ter uma referência, o FII de papel com maior retorno hoje é o HCTR11, com 20,5% ao ano. Com essa taxa, seria preciso investir R$ 293 mil para chegar à renda mensal citada.
Em último lugar entre os 26 FIIs de papel analisados está o KNCR11, com retorno de 11,6% ao ano. Para uma renda de R$ 5.000 por mês, seria preciso aplicar R$ 517 mil.
Cuidado com esse erro
Quando eu mostro dados como esses aos meus clientes, é muito comum as pessoas acharem que o rendimento dos FIIs perde para o dos investimentos de renda fixa.
Por exemplo, aplicando no Tesouro Selic, que é a aplicação mais segura do Brasil, é possível obter hoje uma rentabilidade líquida de 12,2% ao ano, bem acima dos 10,6% dos fundos de tijolo.
No entanto, não se pode fazer essa comparação direta entre esses dois tipos de investimento. Isso porque o rendimento dos fundos imobiliários de tijolo tende a ser atualizado pela inflação, a longo prazo, pois a receita deles é proveniente de contratos de aluguel, que, por sua vez, são reajustados anualmente.
Já os investimentos de renda fixa não têm isso. Se você resgata os rendimentos todos os meses, e considerando que a inflação e a rentabilidade não mudem, o valor das suas retiradas permanecerá sempre o mesmo e não será reajustado pela inflação. Assim, o retorno fica cada vez mais defasado a longo prazo.
Atenção aos riscos
Os FIIs, embora tenham uma expectativa de retorno acima da renda fixa, também têm risco maior. Não há garantia nenhuma de que eles, de fato, entregarão o retorno esperado.
Os dados citados nesta coluna, sobre o retorno em dividendos, se referem ao ganho que o investidor terá se os fundos mantiverem o mesmo ritmo de remuneração dos cotistas verificado nos últimos 12 meses.
Antes de investir, é importante conhecer todos os riscos.
Reportagem
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