No caso dos fundos de papel, há aumento do risco de crédito. Nos fundos de tijolo, a valorização está condicionada à queda da taxa de juros que ainda não tem trajetória clara.
Em quais fundos investir?
Foco deve ser FIIs com portfólios diversificados, em regiões com demanda consistente e que oferecem receita mais previsível. Segundo Carol Borges, analista da EQI Research, três fundos podem estar no radar. São eles: BTLG11, de galpões logísticos com presença relevante em regiões estratégicas de São Paulo (raios de 15 km e 30 km), ativos líquidos e bem locados; o HGRU11, de renda urbana com inquilinos mais resistentes a crises, como supermercados e grandes redes de varejo; e o GARE11: fundo híbrido com foco em imóveis de rua e contratos corporativos de longo prazo, mais estáveis.
Fundos de recebíveis para curto prazo e de tijolo a médio e longo prazo. De acordo com Almeida, da Rio Bravo, os fundos de recebíveis possuem títulos indexados ao CDI e a inflação, gerando um dividendo mensal bastante atrativo em um cenário de juros e inflação mais altos.
Fundos de tijolo distribuem uma renda recorrente aos cotistas na ordem de 11,2% ao ano. No entanto, são atraentes pelo seu potencial de valorização, uma vez que estão sendo negociados com descontos expressivos em relação ao seu valor patrimonial. “Atualmente, o desconto médio dos fundos de tijolo está próximo de 18%, o que significa um potencial de retorno total muito expressivo para o investidor”, frisa ele.
Setor mais atrativo é o de recebíveis, ou de papel. Sartori, da Levante, afirma que com o IPCA e a taxa de juros elevada, esses fundos aumentam suas distribuições. “Quando selecionados corretamente, com uma carteira saudável por trás, permitem ao investidor obter ganhos recorrentes elevados”, afirma. Além disso, os fundos dos setores de logística e varejo também se destacam, uma vez que possuem contratos atípicos, o que garante maior resiliência aos seus fundamentos, mesmo em um cenário de juros mais altos.