Resultado deve motivar o fim do ciclo de altas da Selic. Principal ferramenta de política monetária para conter a inflação, os juros básicos operam no maior patamar em quase 20 anos (14,75% ao ano) após uma sequência de seis elevações consecutivas. Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval, avalia que o IPCA-15 “traz mais conforto” para a interrupção das altas.
A desaceleração do IPCA-15 deve consolidar a expectativa de fim de ciclo de alta da Selic e manutenção da taxa em 14,75% ao ano a partir da próxima reunião, em junho.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter.
A desaceleração do IPCA-15 pode ser interpretada como movimento em direção à meta, além de uma surpresa bem-vinda em um período final de ciclo de aumento de juros.
Leonardo Costa, economista do ASA
BC não sinalizou o fim do ciclo de altas na última reunião. Ao deixar o movimento em aberto, os diretores do Copom (Comitê de Política Monetária) afirmaram permanecer atentos à evolução da inflação para determinar os próximos passos da política monetária.
O Comitê avaliou que o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.
Ata da 270ª reunião do Copom
Corte da taxa ainda neste ano permanece incerto. Rafaela Vitoria, do Inter, diz ainda ser necessário avaliar os resultados efetivos das medidas de estímulo fiscal do governo antes de projetar o afrouxamento monetário. “O processo de desinflação pode se consolidar e podemos começar a discutir a redução da Selic no final do ano”, afirma ela.