Nessa briga em que o governo põe o pé no acelerador e o Banco Central no freio, o resultado é essa dose cavalar de juros que vivemos hoje.
Amanda Klein
O descompasso entre governo e Banco Central acontece em cenário de incertezas na economia global, agravado pelos tarifaços de Donald Trump, que derrubaram as projeções de crescimento mundial.
E isso num cenário de tarifaço e incertezas no qual o resto do mundo está revendo para baixo a expectativa de crescimento. Vide, União Europeia e Estados Unidos. O IBC-Br do primeiro trimestre, considerado a prévia do PIB, confirma a expectativa do governo federal.
A alta de 1,3% veio acima do que previam os analistas. Além da agropecuária, a expansão se espraiou para a indústria, por exemplo. Aí tem efeito do crédito do BNDES, aumento da indústria extrativa de petróleo e a renda das famílias.
Amanda Klein
Klein citou a análise do economista Márcio Rolland, da FGV, que aponta os fatores por trás do bom desempenho recente da economia. Em seguida, destacou a avaliação do secretário Guilherme Mello, que projeta uma desaceleração no segundo semestre diante dos efeitos dos juros altos.
Segundo Márcio Rolland, professor de economia da FGV, em parte o que explica o bom desempenho da economia é o impacto pelo canal de crédito com o consignado para o setor privado e a manutenção das elevadas transferências de renda para as famílias, que jogam contra o ciclo de aberto monetário. É aquela mãozinha que o governo dá para empurrar a economia, apesar do Banco Central.