Máquina pública ficará travada em 2027, diz Pestana. O diretor-executivo da IFI afirma que o “estrangulamento orçamentário” foi oficialmente previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) apresentada pelo governo federal. “Nós estamos chegando a uma situação fiscal insustentável”, destacou.
A gente crê que o governo vai cumprir a meta em 2025, graças ao desconto dos precatórios e à margem de tolerância, vai ter enormes dificuldades para cumprir em 2026 e viver o estrangulamento absoluto em 2027.
Marcos Pestana, diretor-executivo da IFI
Cenário envolve saldo negativo para despesas livres. “Todo o Orçamento, 100% da receita, vai ser destinado aos gastos obrigatórios ou rígidos”, avalia Pestana ao estimar a inexistência de recursos para as chamadas despesas discricionárias, nome técnico usado para descrever os gastos não obrigatórios, a exemplo dos recursos para investimentos. “Tanto faz eleger a, b, c, d ou z, se o presidente da República não vai decidir nada, vai ser um rei da Inglaterra”, avalia.
Disputa eleitoral de 2026 deve dificultar mais a situação. A campanha para definição do futuro presidente pode abrir espaço para novos descontroles dos gastos públicos. Ao destacar que os ajustes anunciados envolvem o corte das receitas e mantêm o volume de gastos inalterados, Rosal diz ter dificuldade de enxergar uma mudança de postura no próximo ano. “Eu não vou ser ingênuo e esperar que o governo faça isso a um ano e meio das eleições”, afirma ele.
Cortes e contingenciamentos
Equipe econômica anunciou medidas de ajuste fiscal. O contingenciamento de R$ 20,7 bilhões e o bloqueio de R$ 10,6 bilhões foram anunciados com a divulgação do primeiro Relatório Bimestral de Receitas e Despesas de 2025. As medidas superam as expectativas de analistas do mercado financeiro, que projetavam cortes entre R$ 10 e R$ 20 bilhões.