As mortes por overdose nos Estados Unidos caíram em 2024 para 80.391, o nível mais baixo em cinco anos, revelou nesta quarta-feira (14) o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças).
A epidemia de opiáceos nos EUA remonta à década de 1990, quando as companhias farmacêuticas comercializaram massivamente analgésicos vendidos sob prescrição médica.
A atual crise sanitária se deve em parte ao fentanil, um opioide sintético até 50 vezes mais potente que a heroína e 100 vezes mais forte que a morfina.
Washington acusa os cartéis de narcotráfico mexicanos de fabricarem ilegalmente fentanil com substâncias provenientes da China.
Com frequência, o fentanil é misturado com outras drogas como metanfetamina e cocaína.
Estima-se que 80.391 pessoas morreram por overdose de drogas em 2024, uma queda de 27% em relação às 110.035 mortes registradas no ano anterior e o nível mais baixo desde 2019, afirmam as autoridades de saúde em um comunicado.
As mortes por fentanil passaram de aproximadamente 76 mil em 2023 para 48.422 no ano passado, segundo o informe.
Apenas dois estados, Dakota do Sul e Nevada, registraram aumentos.
A queda ocorreu durante o mandato do ex-presidente democrata Joe Biden, cuja administração ampliou o acesso a tratamentos contra dependência e apostou na naloxona, um fármaco que reverte os efeitos dos opioides, como eixo central de sua política nacional sobre drogas.
Mas a administração de seu sucessor, o presidente republicano Donald Trump, que retornou ao poder em janeiro, reivindica o mérito pelo sucesso.
“Desde que o presidente Trump declarou a crise dos opioides como uma emergência de saúde pública em 2017”, no início de seu primeiro mandato, que durou até 2021, o apoio do Congresso permitiu “ampliar os sistemas de dados críticos e fortalecer a capacidade de prevenção de overdoses em todos os estados”, afirmam os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
“Apesar dessas melhorias gerais, as overdoses continuam sendo a principal causa de morte entre os norte-americanos de 18 a 44 anos, o que ressalta a necessidade de esforços contínuos para manter esse progresso”, acrescentam.
Mais de um milhão de norte-americanos morreram por overdose de drogas nas últimas duas décadas.
