“O tema ganhou expressão muito relevante na vida dos cidadãos, normalmente, sendo o principal desejo dos brasileiros”, afirma o CEO da Ipsos no Brasil, Marcos Calliari.
Em 2024, a inflação imobiliária no país teve alta de 7,7% em 2024, acima da geral, e também da média global, que foi de 2,6%. Foi a maior elevação anual no país desde 2013. A tendência foi agravada em principais centros, que contam com maior demanda.
Nos últimos anos, o setor imobiliário contou com uma série de fatores elevando as cotações dos imóveis, como os materiais de construção, que tiveram uma alta nos preços reforçada pelas disrupções das cadeias de fornecimento da pandemia, explica Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
“Há uma economia aquecida, com alta nos custos da mão de obra e escassez de imóveis”, aponta. A economista reforça que o aumento dos gastos com as construções são um componente bem relevante nos preços finais dos imóveis, que dependem muito dos gastos com mão de obra, que vem em tendência de alta.
“Isso ganhou muito mais relevância com relação às últimas décadas. Era muito mais fácil dispor de mão de obra no país”, avalia, citando motivos estruturais para crer que o movimento de alta nos preços tende a seguir forte.
Além disso, com os avanços consecutivos da Selic, a taxa básica de referência de empréstimos no Brasil, os custos para financiar um imóvel também aumentaram significativamente nos últimos anos. Em março deste ano, o Banco Central elevou a taxa a 14,5% ao ano, visando combater a inflação. Em 2020, buscando estimular a economia em meio à pandemia, a Selic chegou aos 2% em seu menor valor na história.