Salários crescem em velocidade limitada. O avanço de 0,2% dos ganhos médios por hora trabalhada no mês passado surge aquém da projeção que previa uma alta de 0,3%. O aumento anual, de 3,8%, também aparece 0,1% inferior às estimativas.
Efeitos do “tarifaço” devem surgir em maio. A perspectiva é do economista sênior do Inter, André Valério. “A próxima leitura pode nos dar maiores informações sobre a dinâmica futura do mercado de trabalho”, diz Valério. Ele ainda vê a possibilidade de revisão para baixo dos dados atuais, assim como aconteceu nos últimos dois meses.
Índices surgem em meio ao recuo do PIB. No primeiro trimestre da nova gestão de Donald Trump, a economia dos EUA encolheu 0,3%. Pior do que o esperado (-0,2%), o resultado divulgado na quarta-feira representa a primeira contração da soma de bens e serviços produzidos pelos EUA desde 2022.
Trump nega que “tarifaço” motive os dados. O chefe da Casa Branca atribuiu o PIB negativo à administração de seu antecessor, o democrata Joe Biden. “Eu era totalmente contra tudo o que Biden fazia na economia”, minimizou após a divulgação dos dados. Sobre os dados do mercado de trabalho, ele diz que o governo está em “fase de transição”.
Empresas demonstram perda de força. A temporada de balanços das empresas acende um novo alerta a respeito do “tarifaço”. Enquanto a General Motors corta projeção de lucro e estima prejuízo de US$ 5 bilhões devido às taxas, as vendas globais do McDonald’s recuaram com a perda de confiança dos consumidores.
Juros
Presidente também culpa efeito dos juros. O republicano tem cobrado nominalmente o presidente do Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, a reduzir os juros para estimular a economia. “Entendo mais de juros do que o Powell”, declarou Trump na quarta-feira. Há algumas semanas, ele ameaçou demitir o comandante do Fed.