Tudo está vinculado ao novo Plano Safra. A concretização desses acordos dependerá do volume e taxas do novo programa agrícola, que deve ser lançado na segunda metade de junho.
João Marchesan, presidente da Agrishow
Mas, mesmo com a recente alta dos juros no país — a taxa básica Selic aumentou 3,75 pontos percentuais em 12 meses, para 14,25% ao ano —, os bancos e as cooperativas de crédito que oferecem financiamento para os negócios na Agrishow relatam que as propostas assinadas nesta semana superaram as expectativas.
No Banco do Brasil, o volume de contratros ultrapassou R$ 3 bilhões em apenas três dias. Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de agronegócios do BB, atribuiu o bom desempenho ao cenário de safra recorde de grãos e de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do setor.
Rafael Darozi, agricultor de cereais de Itapeva (SP), foi um dos que aproveitou a feira para investir em maquinário.
Tivemos uma safra boa e compramos uma colheitadeira via financiamento. Foi a melhor opção, mesmo com os juros, porque não queríamos nos descapitalizar.
Rafael Darozi, agricultor
Durante a Agrishow, outras fontes de crédito público foram anunciadas. O governo do estado de São Paulo informou que disponibilizou um pacote de R$ 600 milhões para o agro paulista, incluindo crédito para a recuperação de estradas e subsídios para maquinários. Por um FDIC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) fomentado pela agência Desenvolve SP e estruturado em parceria com a BTG Asset, gestora de recursos do banco BTG Pactual, um montante entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões será ofereceido ao setor de biocombustíveis.