“Durante a pandemia, tudo dobrou de preço, as cadeias globais foram rompidas e o frete ficou muito caro. Dobrou o custo por hectare, mas o mercado financiou, o produtor se empolgou, investiu, ampliou área e os juros (da taxa Selic) de 2% empolgou todo mundo. O produtor se endividou e, agora, estamos vendo uma ressaca. Embora o custo de produção por hectare tenha reduzido, as parcelas dos investimentos começaram a vencer e o juros que eram de 2% a 6% na pandemia agora estão em 15% mais o spread bancário”, diz.
Aguiar conta que esteve na semana passada em Brasília com pessoas ligadas ao governo. Com exceção de algumas linhas mais voltadas à agricultura familiar, os juros para o Plano Safra empresarial devem ficar entre 19% e 20%.”Dos 19% [de juros] que se paga hoje, 15% não é o Santander que está cobrando, é a Selic. Então, nesse mercado, está difícil pagar o investimento feito no passado com fluxo de hoje, mesmo com o preço da soja tendo melhorado”, avalia.
Assim, a sensação desta Agrishow é a de que aquele produtor que precisa de crédito, tomará com o menor risco possível e ainda deverá se comprometer com o custeio da safra.
Linha dolarizada
Sem perspectivas de novos investimentos em tecnologia, ampliação de grandes áreas ou renovação das frotas, as companhias de máquinas agrícolas esperam reter o agricultor no estande pelo argumento da linha dolarizada do BNDES.
A Taxa Fixa BNDES em Dólar (TFBD) é composta por uma taxa fixa, definida no momento da contratação, e pela variação cambial do dólar. As taxas fixas mais recentes variam entre 5,06% a 5,17% ao ano, cujos prazos de pagamento serão entre 25 e 120 meses, com carência máxima de 24 meses.