Projeções sinalizam avanço um pouco menor quando for fechado o IPCA cheio de abril. De 0,43%, no período entre 16 de março e 15 de abril, a variação do índice cheio do mês deverá fechar em 0,41%.
O que não muda é que terá subido no mês um número alto de preços, o que se reflete no elevado índice de difusão próximo a 70% (em abril de 2024, houve elevação em menos de 55% dos produtos da cesta de bens e serviços do IPCA).
Outro sinal de pressões inflacionárias ainda firmes pode ser encontrado na evolução dos núcleos de inflação — medidas de variação de preços que desconsideram movimentos inesperados ou típicos de um dado período. A média dos núcleos subiu 0,47%, no IPCA-15 de abril, mas ficou bem acima da alta de 0,19%, em abril do ano passado. No acumulado em 12 meses, a média dos núcleos registrou alta de 5,02% (subiu 4,87%, em março).
Os alimentos continuaram a puxar a inflação para cima, no IPCA-15, com alta de 1,29% em abril, nos alimentos no domicílio, coadjuvados por itens do grupo cuidados pessoais e saúde — medicamentos, planos de saúde, médicos e produtos de higiene —que subiram 0,96%. Os dois grupos responderam por quase 90% da elevação da inflação em abril, na medição do IPCA-15.
Gangorra nos alimentos
Sobre o subgrupo sensível dos alimentos no domicílio, as projeções para a marcha da alta de preços ao longo do ano mostram volatilidade. Pode ocorrer um recuo acentuado nos próximos dois meses, com o retorno a altas moderadas — cerca de um terço menores do que as do primeiro trimestre. Mas, no acumulado em 12 meses, ocorreriam elevações fortes, chegando a 10%, em agosto. No conjunto do ano, enfim, a inflação de alimentos no domicílio, fecharia 2025 com alta de 7,5%, não mais do que um ponto percentual abaixo da elevação registrada em 2024.